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Utada Hikaru abala os EUA com sua turnê “ In the Flesh”
Texto: Igor Neiva

Não é a toa que o fenômeno “Utada” é sempre comparado com estrelas da música pop internacional, como Britney Spears ou Madonna. Essa popstar japonesa, criada entre Nova Iorque e Tokyo, cresceu recebendo influências de seus pais ( o pai era produtor de gravação e a mãe vocalista de enka), do R&B e de outros ritmos japoneses. Isso ajudou no desenvolvimento conceitual de sua música, que sempre foi reconhecido onde quer que ela fosse tocada. Com 11 anos, já havia escrito e gravado a sua primeira canção. Ao se formar no ensino médio, já tinha um contrato com a EMI Records. Como todo iniciante, passou por problemas como no álbum, Precious, que foi gravado em inglês, porém não emplacou no mercado americano por causa de problemas com a gravadora, e obteve conquistas os com vários álbuns gravados em japonês. First Love, Distance, Deep River, Ultra Blue e Heart Station a consagraram como artista j-pop .

Agora, aos 27 anos, ela leva aos Estados Unidos uma turnê com um formato muito menor e simples do que o “Utada United” de 2006, que percorreu várias cidades japonesas com os seus jogos de luzes e paneis de LED mas, com a mesma qualidade no quesito musical. “Escolhemos casas pequenas de propósito.(...) Nunca cheguei a fazer uma turnê em pequenos locais antes, mas eu sempre quis, desde que debutei.”-declara a cantora ao Seattle Times. As músicas tocadas na turnê são as 13 do seu último álbum This Is The One, mais 7 cantadas em japonês de seus outros trabalhos. O TITO ( nome dado pelos fãs ao seu último CD ) teve uma repercussão positiva para a Utada nos EUA, mostrando uma compositora mais madura e confiante sobre sua identidade musical. “Com aquele álbum (Exodus), eu estava muito insegura”, diz ela. “Eu estava tentando demais, não ficou natural. Mas com This Is The One, há maturidade, e uma confiança natural e fluente”. revela a cantora.

Para o novo álbum, Utada soube escolher bem seus colaborações para a saída de um bom projeto. “Com os dois grupos, eu queria que eles me mostrassem as faixas básicas”, afirma, “mas eu disse que eu precisava escrever minhas próprias músicas, com controle completo sobre a melodia e letras”. Mesmo assim, eles passaram por caminhos divergentes. “Com Stargate, foi tudo transferência de dados”, diz ela. “Eu gravei a maioria dos vocais em Tóquio e mandei para a Noruega e Nova Iorque. Eles amaram! (…) Estavam tipo ‘esse é o futuro!’ (…) Mas com Tricky passei um tempo no estúdio, e isso foi muito bom. Eu não sou muito extrovertida, então foi uma experiência muito boa me comunicar e conhecer uma pessoa nova”.

Não só os produtores, mas as músicas também passaram por caminhos distintos. Merry Christmas Mr. Lawrence – FYI que contém amostras de canções pelo pianista Ryuichi Sakamoto e referências ao filme Merry Christmas, Mr. Lawrence foi determinante para a conclusão do CD. “Eu gravei o demo em dezembro de 2007 (...) mas foi uma música difícil, e eu não fiquei satisfeita com ela. Tive que chegar ao fundo. E então, alguns meses atrás, eu finalmente criei as letras certas, mudei a melodia em alguns lugares, e tudo fez sentido. Quando essa canção se cristalizou, a mensagem ficou muito forte e confiante, e eu senti que foi uma boa introdução para mim, e se encaixa na história atual”. Porém, Apple And Cinnamon veio “quase fácil demais” para Utada. Os vocais da versão final é quase tudo o que ela gravou para o demo. “Eu quase sinto que eu não criei essa música”afirma, “Eu não consegui saborear a experiência de criá-la”. Mas sua canção favorita deste trabalho é Me Muero, uma canção inspirada na cultura latina: “Canção nenhuma me fez sentir do jeito que essa me faz sentir”.

Os ingressos para o shows estão esgotados em muitos lugares tanto que em alguns lugares onde a cantora já se apresentou o público não conseguia se mexer para dançar a sua música. “No show de Honolulu o local estava tão cheio, abarrotado de gente, que nós tivemos público acima da capacidade (^^;)Vendo o público de cima do palco eu pensei “Hmm parece que eles não estão curtindo muito…” mas logo eu notei que eles estavam tão apertados que eles mal podiam se mover para dançar…” .

Para quem ainda não quer perder a chance de conhecer de perto essa incrível figura do universo J-pop, há lugares em Las Vegas, Chicago e Boston e o custo dos ingressos estão entre 18 a 25 dólares.
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